Capítulo 118
Eu estava nervosa, observando pela janela do carro, fixando o olhar na direção da minha casa.
Os prédios antigos tinham uma vantagem: cada andar tinha corredores abertos, era fácil ver se alguém entrava ou saía.
Pedi para o Robson ficar no carro e desci para me esconder no canto, observando a entrada por um bom tempo até que finalmente vi a figura, vestida com uma capa de chuva, saindo do meu prédio e descendo as escadas.
Eu o segui discretamente.
“Benito… Eu vi o assassino. Ele está prestes a matar novamente”, enviei uma mensagem de voz para Benito, pedindo que ele viesse comigo.
Se conseguíssemos pegar o homem em flagrante, teríamos as provas de que precisávamos.
Naquele momento, Benito e Mafalda teriam de acreditar em mim.
A chuva estava caindo cada vez mais forte e o céu estava ficando escuro.
Continuei a seguir o homem, sem saber por quanto tempo.
Ele estava atento e muitas vezes olhava para trás, mas eu sempre conseguia me esconder a tempo.
Finalmente, ele parou em frente a um prédio, comparando uma foto com algo ao seu redor.
Eu sabia que ele tinha um novo alvo.
E dentro daquele prédio estava sua próxima vítima.
Como esperado, um carro de luxo parou e uma mulher vestida de vermelho saiu, com um guarda- chuva na mão, e entrou no prédio.
O corredor estava silencioso, exceto pelo som dos saltos altos da mulher.
Nervosa, gravei a cena com meu celular.
A mulher entrou na casa, mas a porta não estava completamente fechada.
O assassino de paletó aproveitou a oportunidade para bloquear a porta com a mão e entrou sorrateiramente atrás dela.
Enviei a gravação para Benito, esperando que fosse suficiente como prova.
Temi que o assassino agisse antes da chegada da polícia e corri para a porta, batendo nela: “Sou da prefeitura, é hora de pagar o imposto municipal deste mês.”
Não houve resposta.
Será que o assassino já havia agido?
“Abra a porta, sou da prefeitura.”
Quando gritei pela terceira vez, Benito e sua equipe chegaram, arrombaram a porta e imobilizaram o homem de gabardine no chão.
A mulher gritou: “Quem são vocês, estão loucos?”.
Benito franziu a testa e os outros policiais também pareciam confusos.
Não era ele! Não era o assassino.
O verdadeiro assassino havia enviado alguém do meu apartamento de propósito.
Será que ele sabia que eu chamaria a polícia?
O homem também olhou com raiva para Benito: “Você está louco, invadindo uma casa assim?”
Fiquei paralisada na porta, sem saber como me explicar: “É… não é isso.”
O homem franziu a testa: “Que apartamento é esse seu? Não sei do que está falando.”
Fiquei paralisada, com as mãos juntas.
“Benito…” – Tentei dizer alguma coisa, mas o que eu poderia dizer?