Capítulo 3
Segurando a sensação intensa de tontura, Liliane não se esqueceu de pegar o contrato assinado da mesa de centro antes de fugir.
Ao abrir a porta e sair correndo, ela de repente esbarrou em uma pessoa alta.
Instintivamente, ela levantou a cabeça e se deparou com um rosto sombrio e extremamente familiar.
Liliane instantaneamente ficou com os olhos vermelhos.
Com sua última energia, ela colocou o contrato no peito de William.
Apesar de ter agarrado firmemente as roupas de William, seu corpo frágil não pôde deixar de deslizar para baixo.
Com uma voz fraca e rouca, ela murmurou:
– William, o contrato foi assinado, 500 mil de bônus, não se esqueça de me dar…
Ao ver Liliane caindo, William imediatamente estendeu a mão e a levantou do chão.
Nesse momento, Lucius também saiu do quarto.
Ao ver William segurando Liliane, ele conteve seus impulsos e falou pacientemente:
– William! Me entregue aquela mulher!
Ao ouvir isso, o ar gelado que já emanava de William atingiu um grau negativo.
Jorge, que estava logo atrás, imediatamente impediu Lucius e advertiu em tom severo:
– Sr. Lucius, esta é a mulher do Sr. William, você ousa tocar nela?
A mente de Lucius ficou confusa, ele falou com raiva:
– Como isso é possível! Então por que ela veio sozinha?
Jorge deu um lembrete significativo:
– Você acha que a aparição do Sr. William aqui é apenas uma coincidência?
Lucius ficou instantaneamente atordoado, com um nó na garganta.
…
No banco de trás de um carro esportivo preto.
Liliane, deitada sobre as pernas de William, de repente começou a mexer nas próprias roupas.
Seus lábios rosados ofegavam enquanto ela murmurava para si mesma.
Devido aos efeitos da bebida batizada, suas bochechas estavam vermelhas e a marca nítida do tapa ainda era bem chamativa.
A luz dentro do carro era suave, as íris negras de William não mostravam qualquer emoção, mas sua linha de mandíbula estava tensa.
Ele apertou a mão da mulher em sua palma, levantou o olhar e ordenou friamente:
– Avise o pessoal do departamento de projetos para interromper o financiamento do projeto em cooperação com Lucius, até que ele venha nos implorar.
Jorge entendeu perfeitamente que, uma vez que o Sr. William disse essa frase, mesmo que ele não participasse do projeto, Lucius não teria uma vida fácil.
O Sr. William sempre afirmou que não gostava da secretária Liliane, mas assim que a secretária Liliane deixou a empresa e foi para o hotel, o Sr. William imediatamente mandou que ele a seguisse de carro.
Com esse tipo de comportamento, era difícil acreditar que ele realmente não gostava dela, não era?
Jorge suspirou em seu coração.
– William, me ajude, por favor, me ajude… Está tão quente… – De repente, Liliane segurou firmemente as roupas de William e o puxou em sua direção.
Sua voz carregava sofrimento e ambiguidade, fazendo com que os ouvidos de Jorge, no banco do motorista, também ficassem ruborizados.
Observando as gotas de suor incessantes na testa de Liliane e o pescoço pálido exposto após ela puxar a gola da roupa, William semicerrou os olhos e disse com voz profunda:
– Jorge, pare o carro, saia!
Jorge cooperou prontamente, estacionando o carro e imediatamente indo para um lugar a cerca de dez metros de distância, de costas para o veículo.
Dentro do carro, o olhar de William voltou a se concentrar em Liliane.
O frio em seus olhos gradualmente se dissipou, substituído por um calor intenso.
Ele a ajudou a sentar em seu colo.
Apoiando a parte de trás de sua cabeça com sua grande mão, ele usou os lábios ligeiramente frios para selar seus lábios quentes e febris.
…
No dia seguinte.
Liliane acordou meio sonolenta na cama, com a garganta doendo como se estivesse queimada. Era uma dor penetrante.
Aguentando a dor em seu corpo todo, ela se sentou na cama, franzindo o cenho enquanto observa o ambiente familiar ao seu redor.
Ontem à noite… Como foi que ela voltou ali?
– Acordou? – Uma voz rouca e familiar veio do lado, e o corpo de Liliane se contraiu instantaneamente. As memórias da noite passada inundaram sua mente como uma avalanche.
Ela mordeu os lábios fortemente, com o rosto ficando vermelho.
Sim, ela se jogou em cima de William na noite passada, e se não fosse por ele, ela não teria conseguido escapar.
Mas, apesar de tudo, cada problema devia ser tratado individualmente.
A questão relacionada à alteração do contrato ainda precisava ser esclarecida.
Liliane respirou fundo, lutando contra a tontura, e se virou para encarar o olhar indiferente de William.
– Sr. William, quero te perguntar uma coisa: Por que você não me disse sobre a alteração do contrato?
William semicerrou os olhos. A seu ver, Liliane agora era como um ouriço.
Quando ele não a incomodava, ela era obediente em todos os aspectos, mas se ele a irritasse, ela não cederia nem um pouco.
William sorriu de canto, lembrando a ela com frieza:
– Liliane, no seu primeiro dia na empresa, eu não te disse uma coisa? Como subordinada, você nunca tem o direito de questionar seu superior.
Liliane ficou sem palavras.
William jogou o cobertor para o lado e estava prestes a explicar a questão do lucro para Liliane quando o celular ao lado da cama começou a tocar. Ele atendeu o telefone, apertou o viva-voz e começou a trocar de roupa, falando:
– Diga.
A voz de Jorge saiu do celular:
– Sr. William, acabamos de receber informações de nossa equipe, dizendo que uma moça na Cidade Pompeia se encaixa na descrição da pessoa que você está procurando. Vou enviar os detalhes por e- mail em breve.
A mão de William, que estava abotoando a camisa, parou por um momento, suas sobrancelhas franziram ligeiramente.
– Envie o mais rápido possível.
Após encerrar a ligação, William fixou seu olhar em Liliane.
– Se você queria os 500 mil, então devia saber que aquele contrato de ontem não seria tão fácil de assinar.
Ao ouvir isso, Liliane apertou firmemente o lençol em suas mãos.
Incapaz de refutar, ela baixou os olhos para esconder suas emoções.
Tanto o fato dele ainda estar procurando a sua verdadeira amada, quanto o fato de não tê-la informado sobre a alteração do contrato, ambos a deixavam sem fôlego.
No entanto, William estava certo. Ela era apenas uma subordinada, que direito ela tinha de questionar seu superior?
“Liliane, Liliane… É tão difícil reconhecer seu lugar?”, ela debochou a si mesma mentalmente.